9.6.09

88 anhos de lhucideç

ANDENHEIRADOS

Agiotas andenheirados
Que andan caminos trocados
Cun que agraban sous pecados,
Pensan nun haber peligro
De bibir nua prisión,
Porque ténen adbogados
Mui espiertos, sofsticados,
I un amigo berdadeiro
Buono serbidor, l Don Denheiro.

Bisto que l tiempo todo cura,
Tamien squece la usura.
Ponendo la capa de la brandura,
La juíza dá la senténcia :
Nada desso quedou probado.

No talho, l réu queda eilibado.
Á que alegrie ancuntenida.
Sal pula puorta delantreira
Puls amigos oubacionado,
Será beisado i abraçado
Cantando bitória i glória.
Demostraçón mui castiça.
Mas hai quien diga an boç submissa:
Neste Pertual abançado
Adonde se escundiu la justícia?

no oureginal
ENDINHEIRADOS

Agiotas endinheirados
Que andam caminhos errados
Com que agravam seus pecados,
Presumem não haver perigo
De habitar um chilindró,
Porque têm advogados
Muitos espertos, sofisticados,
E um amigo verdadeiro
Bom servidor, o Dom Dinheiro.

Visto que o tempo tudo cura,
Também esquece a usura.
Pondo a beca da brandura,
A juíza dá a sentença:
Nada disso ficou provado.

No banco, o réu fica ilibado.
Oh que alegria incontida.
Sai pela porta dianteira
Pelos amigos ovacionado,
Será beijado e abraçado
Cantando glória e vitória.
Demonstração muito castiça.
Mas há quem diga em voz submissa:
Neste Portugal avançado
Aonde se escondeu a justiça?

Mogofores, 10-04-2009

José F. Fernandes – Padre Zé

1 comentário:

Ivo de Abreu disse...

Sennhores, bom dia!
Sou brasileiro, mas minha familia materna são de Ponte da Barca, Portugal. Hoje, com muitas saudades dela, pesquisei no Google sobre uma canção que ela me cantava quando era pequenino.E a diabolica ferramenta me levou a um post do Boieiro de 26.06.08 - Queixumes de um orfãozinho...Que saudades da minha mãezinha,de sua voz tão entoada, de suas mãos e de seus olhos alegres...
Obrigado senhores! Por me fazê-la ouvir neste dia de Santo Antonio, igual ao que ela e meu pai se conheceram, no Rio de Janeiro...num ponto de ônibus...